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Dia mundial sem carro (Concurso IMB)

01/07/2022

Dia mundial sem carro (Concurso IMB)

Nota do IMB: o artigo a seguir faz parte do concurso de artigos promovidos pelo Instituto Mises Brasil (leia mais
O que elas não notam é que na verdade aconteceria justamente o contrário: os nossos ônibus atuais poderiam ser vistos no mesmo patamar da Kombi, pois a proibição ao livre mercado nivela por baixo o nível da qualidade dos serviços oferecidos aos usuários.  Um monopólio jamais pode nivelar por cima, caso contrário a possibilidade do monopólio não seria sequer considerada pelo monopolista, pois o mesmo já teria o consumidor garantido, não fazendo sentido algum fazer qualquer investimento (seja ele qual for, mas no caso, apadrinhamento de políticos) para tentar manter os consumidores fiéis aos seus produtos, pois os mesmos o seriam voluntariamente.

E quanto às Kombis, que funcionavam na ilegalidade? Pois bem, agora os "kombeiros" competentes teriam garantias de que poderiam investir em algo maior e não iriam sofrer com ameaças de aprisionamento; eles não teriam que bancar propinas para manter o negócio funcionando (logo, menos um custo onerando o sistema do transporte urbano) e o futuro não seria roleta-russa.  Passaria a fazer sentido investir no setor (alguém caindo de um alto edifício para a morte certa iria calçar o sapato?).

E quanto aos automóveis, às fábricas e aos empregos atuais que movimentam a economia no setor? Não existe uma resposta única para como o mercado se comportaria, pois cada pessoa iria reagir a mudanças assim de uma forma diferente, a única coisa certa é que com certeza haveria inúmeras mudanças.

A quantidade de táxis (e em carros melhores) aumentaria muito, os preços dos combustíveis despencaria com o tempo (seriam mais abundantes, uma vez que a demanda seria menor, o que dá ao consumidor poder de negociação), assim como os custos de aluguel de veículos.  Os pobres (por exemplo, cortadores de cana de áreas isoladas) teriam mais chances de adquirirem um carro (uma vez que as pessoas valorizariam menos os mesmos, haveria mais oferta), muitos carros poluentes antigos iriam ser finalmente aposentados, teríamos mais maquinário para ser usado por outros setores e o melhor de tudo: mão de obra livre (também conhecido pelo preconceituoso nome de desemprego) para utilizarmos em outras atividades a partir de então mais nobres (quem decide a nobreza das coisas é cada um de nós e isso pode depender de muitas coisas.  Por exemplo, no deserto um galão d'água pode ser mais nobre do que um diamante) para satisfazer nossos desejos.

E provavelmente a indústria de entretenimento automotivo também ficaria mais forte. Pessoas que hoje utilizam moto, bicicleta ou andam em áreas perigosas, e que por um motivo ou outro decidissem não mais utilizar o serviço de transporte urbano público, poderiam mais facilmente utilizar uma alternativa que poderia ser mais segura, confortável e saudável: o carro.

Infelizmente a curto ou médio prazo esse parece ser um cenário difícil de acontecer (felizmente cada vez mais o longo prazo se torna menor graças ao avanço tecnológico), ainda mais agora com esses trilhões de dólares (moeda que a cada dia vale menos) sendo destruídos para salvar indústrias falidas como a GM, penalizando também com a concorrência desleal empresas que satisfazem melhor os consumidores como Toyota ou Honda. Ou seja, fazendo exatamente tudo de ruim para a sociedade.

Metrô estatal? Metrô é um atraente meio de transporte, mas sem o Estado, é claro. Com mais de um século desde a primeira linha, o metrô de Nova Iorque continua a funcionar, mas cada vez pior. Praticamente sem inovações desde quando passou para as mãos governamentais, após o Estado levar as empresas que os criou à falência.
A propósito: a MTA (agência metropolitana de transporte) cobra um preço de ticket duas vezes maior do que quando o metrô iniciou suas operações, corrigida a inflação (aliás, se inflação é boa, por que corrigem?). Pois é, convenientemente se esquecem de que quando era privado dava lucro, e hoje dá prejuízo: só consegue manter-se funcionando com um alto subsídio.

Acho que fica bem claro do que realmente precisamos após falar tudo isso: de uma era sem intervencionismo. Só isso pode trazer benefícios reais e duradouros para o transporte urbano e, consequentemente, para o nosso bem-estar.

Sobre o autor

Henrique Vicente

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